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O impacto da moda na política e o legado de Anna Wintour

  • Foto do escritor: Karen Faria
    Karen Faria
  • 27 de jun.
  • 2 min de leitura
Anna Wintour e co-anfitriões (Colman Domingo e Lewis Hamilton) no Met Gala 2025
Anna Wintour e co-anfitriões (Colman Domingo e Lewis Hamilton) no Met Gala 2025

A moda sempre foi mais do que desenhos, tecidos e tendências…É uma linguagem poderosa que influencia cultura, economia e até mesmo a política. A saída de Anna Wintour do cargo de editora-chefe da Vogue estadunidense após 37 anos, marca o fim de uma era em que a moda se tornou ferramenta de ativismo, diplomacia e alinhamento ideológico. 

Wintour, uma das figuras mais influentes no mundo fashion, usou sua posição para apoiar causas progressistas, especialmente as campanhas de Barack Obama e Joe Biden, demonstrando que a moda pode ser um veículo para o engajamento político.

Anna Wintour, não era apenas uma editora de moda, ela era uma arrecadadora de fundos, e uma estrategista política. Durante as eleições de 2008 e 2012, ela organizou jantares de campanha para Obama, onde os convidados pagavam até 40 mil dólares por pessoa, para ouvir o então candidato. Em 2020, ela repetiu o apoio a Biden, ajudando a mobilizar a elite de Nova York em favor do democrata. 

Seu envolvimento ia além de eventos glamourosos: ela apoiou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e lutou contra AIDS nos anos 1990, alinhando a Vogue a pautas sociais.


Sob o comando de Wintour, a Vogue deixou de ser apenas uma revista de moda para tornar-se um espaço de debate político: Michelle Obama (três vezes), Kamala Harris e Greta Thunberg estamparam capas, reforçando as idéias de empoderamento e sustentabilidade; O tema do Met Gala deste ano com o tema “Superfine: Tailoring Black Style” também reforçou a visão de que a moda é um veículo para justiça social, pois houve a celebração da alfaiataria negra e o dandismo, como atos de resistência cultural e política. 

Vemos também a ausência da atual primeira-dama Melania Trump na Vogue, que foi interpretada como uma escolha editorial política, já que Wintour evitou associar a revista ao governo Trump. 

Porém nem todos veem a politização com bons olhos, devido ao seu estilo autoritário e decisões unilaterais que geram críticas: quando Wintour ignorou protestos contra o uso de peles de animais, e em maio deste ano ela se reuniu com representantes do governo Trump (ironicamente, após anos de apoio aos democratas) para discutir sustentabilidade e inovação na indústria fashion. 



 A saída de Wintour marca o fim de um reinado que, de certa forma, misturou alta-costura com ativismo, e o Met Gala 2025 mostrou que a moda é um manifesto político. A próxima liderança terá que decidir se mantém seu caminho político ou se reinventa uma nova direção, e também terá o desafio (acredito eu) de manter a relevância da Vogue, em um mundo onde diversidade e eco-consciência são uma prioridade atualmente.

 Uma coisa é certa: o legado de Wintour prova que, seja nas páginas de revista, ou nos degraus do Met, a moda nunca é apenas sobre se vestir, é sobre poder. 


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