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Por que as jovens mulheres estão se voltando para o conservadorismo?

  • Foto do escritor: Karen Faria
    Karen Faria
  • 5 de jul.
  • 2 min de leitura
Colagem com imagens do que se adequa a estética conservadora
Colagem com imagens do que se adequa a estética conservadora


Nos últimos anos, tem crescido um movimento surpreendente: jovens, especialmente mulheres, estão se identificando cada vez mais com ideias conservadoras. Se antes a juventude era sinônimo de busca por liberdade e transformação social, hoje parte dessa geração parece estar revivendo valores que, em outras épocas, foram questionados justamente por limitar direitos e oportunidades. Em tempos de crise e incerteza, é comum buscar segurança em ideias que prometem ordem e estabilidade. O conservadorismo vende a imagem de um passado idealizado, onde famílias eram "tradicionais" e a sociedade parecia mais coesa. Só que essa visão ignora as desigualdades e opressões que muitas mulheres enfrentavam nesse mesmo período. 

Enquanto o feminismo avançou em direitos básicos, como acesso ao mercado de trabalho e autonomia sobre o corpo, setores conservadores investem pesado em discursos que associam o movimento ao "radicalismo". Algumas jovens, expostas a essas narrativas distorcidas, passam a enxergar a luta por igualdade como algo desnecessário, ou até negativo. 



Ainda que o conservadorismo se venda como "liberdade de escolha", ele frequentemente reforça um único caminho: casamento, maternidade e submissão a certos padrões. Influenciadoras digitais glamourizam esse estilo de vida, mas raramente mostram os riscos de depender economicamente de um parceiro ou abrir mão de independência. Diante de discussões importantes sobre machismo, racismo e homofobia, parte das jovens preferem adotar um discurso de "moderação" que, na prática, significa evitar enfrentar problemas reais. O conservadorismo se beneficia disso, posando como uma alternativa "sem radicalismos", mesmo quando defende políticas que prejudicam mulheres.

Redes sociais e algoritmos criam ecossistemas onde visões conservadoras são amplificadas. Jovens mulheres expostas a esses conteúdos podem internalizar ideias como "a esquerda quer destruir a família" ou "o feminismo odeia homens", ou seja: são distorções que afastam muitas de causas progressistas sem que elas percebam.



É legítimo que cada pessoa defina seus valores, mas é preciso questionar: quando jovens mulheres abraçam o conservadorismo, estão realmente fazendo uma escolha livre ou estão sendo levadas por medo, desinformação e pressão social? 

O passado pode parecer seguro, mas será que vale a pena abrir mão de conquistas que custaram décadas de luta?


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